Núcleo de História Comparada Mundial

Protesto epistemológico, o Commun – Núcleo de História Comparada Mundial da Universidade Federal Fluminense – é um espaço de experimentação laboratorial. 

Construído para questionar as categorias usuais do conhecimento social, desnaturalizando os recortes temporais do pensamento moderno e a metageografia da ordem mundial dos séculos 20 e 21, o grupo coordenado pelos professores Leonardo Marques Tâmis Parron dialoga com a perspectiva do sistema-mundo, buscando conceituar processos de acumulação e rastrear o movimento formativo e histórico de mundialização do capital em sua longa duração (sec. 16-21).

Grupos de Trabalho

Diálogos

Sem um leque de temas pré-estabelecido ou recortes espaço-temporais definidos a priori, no Commun os diálogos se dão por meio de Grupos de Trabalho que se autodesafiam a pensar o próprio objeto de pesquisa a partir dos fundamentos epistemológicos da perspectiva do sistema-mundo, do materialismo histórico e da teoria crítica. São três os Grupos de Trabalho cujas ênfases se misturam com os próprios recortes.

Mundo

A emergência do princípio de troca como elemento fundamental de mediação das relações sociais.

Estado

A forma, a função e o sentido da política situados no interior do capitalismo histórico mundial.

Ambiente

A materialidade da ecologia como condição e limite para os processos históricos de acumulação.

Epistemologia

Manifesto

Comparar, globalizar, historicizar as abordagens são palavras de ordem entre alunos e professores do núcleo. É impossível questionar a abstração dos métodos científicos atuais sem rastrear o movimento formativo e histórico de mundialização do capital em sua longa duração. 

Manifesto epistemológico, o Commun se opõe à razão instrumental que fetichiza o método científico como abstração, tratando o método como um conjunto de técnicas de aplicação universal indiferente ao espaço, ao tempo, à vida social, à ecologia. É também contrário à pedagogia política do neoliberalismo. Esta que ensina que a democracia de mercado é o fim da história. 

Diagnósticos

Projetos

Ao entender que a autonomização do método e a reificação da economia política reduzem a capacidade intelectual de diagnosticar os problemas contemporâneos, acelerando a crise terminal da atualidade, no Commun desconfiamos que não vivemos o fim da história, mas a história do nosso fim.

Buscamos a reformulação completa do sistema de diagnósticos dos problemas contemporâneos.

Contorcer o processo alargado de formação histórica do capital sob olhares menos enviesados é o nosso ponto de partida.

 

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Comércio nacional de escravos no Império do Brasil: história digital

A iniciativa busca, pela primeira vez no país, fazer do comércio nacional de escravos no Império do Brasil objeto de uma pesquisa colaborativa contínua em larga escala. A ideia é realizar o primeiro levantamento exaustivo de todas as transações de escravos nos seus entrepostos principais (São Luís, MA; Recife, PE; Salvador, BA; Rio de Janeiro, RJ; Santos, SP; e Porto Alegre e Rio Grande, RS), com vistas a produzir uma cartografia geo-histórica e georreferenciada das rotas do comércio segundo a intensidade e o volume monetário ao longo dos anos.

Mercadorias atlânticas e a formação da economia mundial, 1500-1800

Ao explorar histórias centradas em mercadorias específicas na era moderna (metais preciosos, açúcar, algodão, tabaco, corantes, bebidas alcoólicas, tecidos, cobre, ferro), o projeto busca contribuir para a construção de uma história do capitalismo que apreenda sua heterogeneidade no tempo e no espaço. A história das mercadorias permite apreender as múltiplas escalas desse processo, oferecendo um dos caminhos possíveis para delinear a trajetória do capitalismo como sistema histórico que transcendeu fronteiras políticas tradicionais e reconfigurou o mundo ao longo da era moderna.

A escravidão na era do capital, 1770-1860

Uma visão de conjunto das condições mundiais para a expansão e a crise da escravidão negra nas Américas durante o primeiro século 19, sob a hipótese de que a estabilidade e a crise do escravismo no novo mundo repousaram sobre complexas relações interdependentes entre geografias mundiais de acumulação e arranjos políticos imperiais na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos, no império espanhol e no Império do Brasil.

PAST: People of the Atlantic Slave Trade

People of the Atlantic Slave Trade (PAST) will create a micro-biographical database of all those that can be linked to any of the voyages in the transatlantic slave trade dataset (or TSTD, henceforth) whether as an enslaved person, an African seller, a buyer in the Americas, a factor on either side of the Atlantic, a ship owner, or a captain. Such a database will allow scholars to examine the organization of the traffic, locate the social background of those involved (enslaved and enslavers alike), make new assessments of its impact and relative importance, and, eventually, to develop new, and more empirically grounded, explanations of why a race-based Atlantic slave trade evolved, why it endured for 340 years, why it ended, and what is its legacy.

Desigualdade

A formação e a pauta do Núcleo de História Comparada Mundial se confundem com as primeiras conversas que viabilizaram o surgimento do CDG, Centro de Estudos sobre Desigualdades Globais da Universidade Federal Fluminense.

Commun e Centro UFF são herdeiros intelectuais do centro idealizado por Wallerstein, compartilhando não apenas a perspectiva do sistema-mundo, mas o espírito questionador que convida a realizar utopias, a comparar, a globalizar, a historicizar e transpor categorias usuais do conhecimento social. Assim, capitalismo mundial e desigualdades globais direcionam conversas, pesquisas, debates, projetos.

Visite a página do Centro UFF e fique por dentro da a agenda de ações, eventos e iniciativas do grupo interdisciplinar que reúne professores de diferentes áreas das Ciências Socias Históricas: Antropologia, Ciência Política, Direito, Geografia, História.

Quer saber mais sobre a nossa agenda de eventos e encontros?

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